Maiakovsky

Na primeira noite
eles se aproximam
e colhem uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite,
já não se escondem:
pisam as flores,
matam o nosso cão,
e não dizemos nada.

Até que um dia,
o mais frágil deles,
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua, e,
conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz
da garganta.

E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.


      É, assim, com o Capitalismo e foi, assim, com o Comunismo. 

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